Cortinas de
fumaça
Desfiguram
os traços do meu rosto
Sentado na
varanda sozinho
Enquanto a
noite faz o seu caminho
Sentidos
semi-amortecidos
Destilando
a ansiedade e deixando os anseios
A solidão
já não mais percebo como outra
Sou ela.
Ainda há algo
em mim que resiste
Escolhi estas
margens
Optei por molhar
meus pés neste rio
Cada passo
que dei me levou mais fundo
Agora sou o
próprio fluxo
Me deixo
levar
Deixo-me, deixo
a ti.
Tentei me
despir
Mas ainda
estou com minhas vestes
O peso da
roupa encharcada me leva mais fundo
Esgota-me
Sou um
fluir presente
Com o peso
do passado ainda em mim
Resisto a
nudez
Postergo o
toque na epiderme
Com o medo
de perder-me
Perder-te
Temo rasgar
as minhas vestes
Com ela
minha pele
E com ela,
você