sábado, 30 de março de 2013

A DISTÂNCIA E O AMOR


A distância e o amor

A distância nos possibilita perceber sentidos 
Nos traços que o tempo esculpiu em nosso ser
Suas linhas revelam conexões inauditas 
Entre você e eu

O espaço entre nós não nos separa
Somente 
Aumenta, Reverbera
Ressoa, Ecoa
O palpitar

E assim, aquele som
Que timidamente carregava 
O teu e o meu tom
Nos envolve e nos preenche em ondas
Na tentativa de um suspiro nos afoga na Saudade
E com os pulmões cheios de versos
Ao abrir a boca toda palavra sai 
Encharcada de amor


3 comentários:

  1. Você quer dizer que nos conhecemos, e até nos apreciamos, melhor na distância?

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  2. Acredito que sim. Todavia a distância, neste contexto, é o pólo extremo da proximidade, também necessária, para que as conexões ocorram. Penso que o movimento entre os extremos seria o "ideal" para a "perenidade" (ilusória é claro) do relacionamento. Entretanto, a intensidade se encontra sempre nos extremos. A proximidade é mais imediata, contudo também alienante, é por isso, suprime a autenticidade. A distância também é intensa, mas é mais reflexiva e permite uma construção mais autêntica dos sentimentos.

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  3. A proximidade é alienante... Hummm. Agora você me inquietou. Me corrija se entendi bem sua defesa: ao que me parece você sugere que a proximidade leva ao instintivo? À padrões de defesa de território, humano território, à fome insaciável de possessão irascível. Enquanto a distância promoveria uma maior serenidade, talvez? Pois se for algo assim, digo que concordo, de fato, tenho vivenciado sensações semelhantes. Ah sim, este movimento entre os extremos que você sugere como ideal é culpa de seu espírito apaziguador, mate-o, ele não serve pra muita coisa...

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