Ah-Mor-de
Maçã
Doa-amor
Eu, como as palavras.
Comi a crosta doce da palavra amor
Descobri o pseudofruto e seu sabor
Ah! mordi a maçã
Comi em partes meus frutos do amor
Entre as partes vi-me ali no vão
Comi as palavras
Mas não as incorporei
Comi-as para tritura-las
Para rasga-las
Assim fiquei
Não apenas desnudado
Fiquei em pedaços
Em frangalhos
De sentido, fiquei esvaziado
Entre o que é e o que foi
Ali no vazio do que digeri
Do que mordi e arranquei
Precisei criar, precisei devir
Surjo então neste vão
Ainda restam pedaços mas não
Sou nem o que resta
Nem o que abocanhei
Torno-me o fruto de minhas ações
Sem a crosta para me ocultar
Se quiser o fruto do amor provar
Preciso ser este amor, e a mim mesmo doar
Ah-Mor-de Maçã
Maçã Doa-amor
Eu como as minhas palavras.
Este verso, tem o meu sabor.
(Autoria: Kevin D S Leyser)
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