terça-feira, 21 de março de 2017

MENTIRAS

Mentiras, todos mentem.
Ou quem sabe, nem mentiras nem verdades
Ambas se excluem, não precisamos de nenhuma delas.
Só contamos estórias que passamos a acreditar.
Só isso.

No final, ao cavar, batemos na pedra dura, dizia Wittgenstein
Da qual nada pode-se dizer, da qual não se pode falar a não ser sem sentido.

A única verdade é que somos livres
E toda liberdade é uma ilusão.

Pro inferno com a verdade.

Ao menos iludidos usufruindo a liberdade
Podemos criar mundos onde a bem prevaleça
O amor sempre vença
A justiça seja real
A igualdade oferecida
A pobreza aniquilada
A ignorância vencida.
Pro inferno com crenças baratas
Com poderes opressivos, ganância, violência, corrupção
Pro inferno com tudo isso

Quero contar uma estória de um mundo sem a mancha fétida dessas palavras
Sem seu conteúdo nefasto.

Mentiras, todos mentem.
Mas escolho escutar mentiras que me promulguem a liberdade
A justiça, a igualdade

Do que pretensiosas verdades que pisam nos outros e estreitam a liberdade
Que pintam a maldade e apagam os nomes

Que tiram o pouco dos que quase nada tem.

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