A comum indiferença amortece minha consciência
O que os meus olhos não veem, meu coração não sente
Profundamente enclausurado em desculpas racionais
Mergulho em sangue inocente
Mãos atadas por ufanias
Lábios que destilam discursos vazios
Verdades cheias de mentiras
Máscaras para corações corrompidos
Como posso amar a deus, com posso ser seu filho
Se não amo o meu próximo, se não ajudo o oprimido
Como posso crer em deus e amar a injustiça
As minhas palavras me condenam
Minha indiferença é homicida
Se penso que conheço a deus
Mas desconheço o meu próximo
Se acredito que eu sei amar,
Mas só se com isso eu lucrar
o meu próximo é o meu ego
e o meu deus é um discurso
O espelho não mente e a verdade não se oculta
Onde estão os verdadeiros servos do Senhor
Onde está o amor
Crianças sem nome morrendo de fome
O choro, o desespero, a morte, a dor
A doença que mata, e a indiferença que massacra
Quem é o culpado? O destino, o acaso?
Ou os enviados que não foram
Que preferiram sonhar com seus umbigos
à amar o próximo, e morrer por seus amigos
A comum indiferença amortece minha consciência
Preciso abrir meus olhos antes que o meu próximo
pereça
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